ATA DA
CENTÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
NONA LEGISLATURA, EM 24.09.1987.
Aos vinte e quatro dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Oitava Sessão Ordinária da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Centésima Sétima Sessão Ordinária que deixou de ser votada em face da inexistência de “quorum”. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Cleom Guatimozim, 01 Projeto de Lei do Legislativo n.º 38/87, (proc. 1402/87), que autoriza o Executivo Municipal a ampliar recursos de operação de crédito e dá outras providências; pelo Ver. Frederico Barbosa, 10 Pedidos de Providências, solicitando limpeza geral das Ruas Domingos Martins; Felipe Noronha; Edmundo Bastian; Comendador Duval; Albino Cunha; Jaú; Domingos Rubbo; Fernando Abott; Praça Arco Verde; Av. Bernardi; 01 Projeto de Resolução n.º 25/87 (proc. n.º 1833/87), que institui o 1º Seminário Municipal sobre Esportes no Município de Porto Alegre; pelo Ver. Hermes Dutra, 01 Pedido de Providências, solicitando retirada de lixo, diariamente, no canteiro da Rua José de Alencar, em frente ao n.º 761, quase esquina da Av. Getúlio Vargas, no Bairro Menino Deus; pelo Ver. Nilton Comin, 01 Pedido de Providências, solicitando troca de lâmpada queimada em frente ao número 1253, na Av. Assis Brasil; pelo Ver. Raul Casa, 01 Projeto de Lei do Legislativo n.º 94/87 (proc. n.º 2121/87), que denomina Rua Governador Peracchi Barcellos um logradouro público; pela Ver.ª Teresinha Irigaray, 01 Projeto de Resolução n.º 34/87 (proc. n.º 2109/87) que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Professora Vera Lia Fortini Cavalheiro. Do EXPEDIENTE constaram: ofícios n.ºs 01/87, do Sr. Presidente da Comissão Especial constituída para examinar o Projeto de Lei Complementar do Executivo n.º 01/87 (proc. n.º 1499/87); 02/87, do Sr. Presidente da Comissão Especial constituída para examinar o Projeto de Lei Complementar do Executivo n.º 02/87; 283/87, da Sociedade de Economia do Rio Grande do Sul; 306/87, da Câmara Municipal de Guaíba, RS; 379, 543/87, do Sr. Prefeito Municipal; 2035/87, do Governo do Estado; 2033/87, do Governo do Estado; Cartas do Sr. Gerente da Filial Continental da Companhia Cervejaria Brahma; do Sr. Paulo Marsiaj Oliveira; Cartão do Sr. Coordenador da Assessoria de Comunicação Social do Governo do Estado; Telegrama do Sr. Carlos Galvão Krebs; Telex da Triches S.A. Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Clóvis Brum teceu comentários sobre o debate realizado ontem, entre a Comissão de Educação e Cultura da Casa e o Executivo Municipal, acerca do Projeto de Lei do Executivo que cria a Casa da Criança, analisando alguns aspectos do mesmo, como a duração das obras e o período de venda dos terrenos municipais destinada à arrecadação de fundos para estas obras, atentando para a necessidade de que estas vendas sejam feitas gradativamente, à medida em que forem realizadas as construções das Casas da Criança. O Ver. Ennio Terra reportou-se ao pronunciamento, de hoje, do Ver. Clóvis Brum, acerca do Projeto de Lei do Executivo que cria a Casa da Criança em Porto Alegre, comentando debate feito a respeito, ontem, entre o Executivo Municipal e a Comissão de Educação e Cultura. Defendeu a aprovação deste Projeto de Lei, analisando Emendas apostas ao mesmo e destacando ser essencial que a verba arrecadada com a venda de terrenos municipais, inicialmente destinada a essas construções, não seja usada em outros setores fora da área infantil. A Ver.ª Bernadete Vidal discorreu acerca do Projeto Constituinte, dizendo terem os deficientes físicos e mentais perdido, por este projeto, direitos já adquiridos anteriormente. Comentou reunião ocorrida ontem, entre o Executivo Municipal e esta Casa, acerca do Projeto de Lei do Executivo que cria a Casa da Criança, analisando o Projeto, destacando não ter ocorrido a participação da comunidade nesta reunião e lamentando posicionamentos assumidos, na ocasião, pela Secretária Municipal de Educação e Cultura, contrários a aposição de Emendas, pelos Vereadores da Casa, ao Projeto. Disse que a população, mais que de prédios para creches, necessita de pessoal especializado na direção das mesmas e no cuidado com o público infantil. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Ver. Brochado da Rocha referiu-se aos pronunciamentos feitos, hoje, por Parlamentares deste Legislativo, acerca de debate ocorrido ontem sobre o Projeto de Lei do Executivo que cria a Casa da Criança, lamentando os poucos questionamentos feitos, na ocasião, quanto ao assunto e comentando pontos que poderiam ser adicionados ao Projeto, como a criação de um Fundo para a manutenção das Casas e a necessidade da avaliação dos terrenos a serem vendidos ser feita por organismo qualificado de fora do Executivo. Declarou-se favorável à construção destas creches, em face do alto valor social das mesmas a sua importância para a comunidade infantil. Na ocasião, o Sr. Presidente registrou a presença, na Casa, do ex-Deputado do PDT, Moisés Velasques. Ainda em COMUNICAÇÕES, o Ver. Cleom Guatimozim falou sobre afirmação feita, no Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária, pelo Ministro do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente, de que as cidades brasileiras corriam o risco de implodir por falta de saneamento básico, atentando para o pouco cumprimento, no País, das exigências mínimas da Organização Mundial de Saúde para a área de saneamento. Discorreu sobre outro ponto levantado por aquele Ministro, acerca dos problemas resultantes dos baixos salários recebidos pelos trabalhadores, como as ocupações de conjuntos habitacionais, analisando a questão. Atentou para a importância da criação de modelos brasileiros e não importados de soluções de problemas essenciais da Nação, principalmente quanto à habitação e reforma agrária. Criticou a política econômica-social vigente no País. O Ver. Flávio Coulon, comentando problemas ocasionados pelo Arroio Passo Fundo, no Bairro Nonoai, que quando eleva seu nível ameaça as casas do local, solicitou medidas a respeito da Bancada do PDT. Falou sobre as dificuldades enfrentadas pelo Centro Municipal de Cultura, para sua manutenção, apelando ao Executivo Municipal que, enquanto se fale sobre a construção de um grande Teatro Municipal também se cuide das áreas de cultura já existentes em Porto Alegre. Falou sobre reportagem do Jornal do Comércio de hoje, acerca da falta de limpeza da Cidade, lamentando que, apesar de seus esforços, o DMLU não tem conseguido bons resultados na área e questionando os motivos pelos quais não está sendo exigido o cumprimento de legislação vigente, que obriga o proprietário de terrenos baldios a construir muros e calçadas nestes terrenos. Comentou queixa feita, pela Sra. Maria Clarice Klein, quanto à posição em que se encontram colocadas as roletas dentro de um ônibus que, por ficarem muito baixas, obriga as crianças menores a se arrastarem pelo chão para exercer seu direito de isenção do pagamento da passagem. Questionou a legitimidade do censo de transportes coletivos realizado em Porto Alegre, em face de declarações do Secretário Municipal dos Transportes de que, em apenas um dia, oitenta mil isentos teriam utilizado este tipo de transporte. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Hermes Dutra, falando sobre o Projeto Constituinte, destacou que a grande maioria dos vereadores brasileiros possuem vínculo empregatício com o poder público, lamentando que, por aquele projeto, esses vereadores teriam de se afastar de seus empregos e fazer uma opção salarial, atentando para os prejuízos que isso acarretará à população, principalmente nas cidades menores do País. A Ver.ª Teresinha Irigaray comentou reunião ocorrida ontem, entre a Comissão de Educação e Cultura da Casa e o Executivo Municipal, acerca da criação das “Casas da Criança”, dizendo-se surpresa com questões ali levantadas, que não tiveram por fim o esclarecimento de dúvidas mas, isso sim, apor obstáculos ao projeto, demonstrando a pouca motivação da Casa para a votação do mesmo. Salientou que o objetivo maior deste projeto é o bem comum, com o atendimento das crianças abandonadas da nossa Cidade. O Ver. Aranha Filho comentou notícia veiculada na imprensa, segundo a qual o Sr. David Casemiro Moreira, Secretário do Conselho Interministerial de Privatização, da Secretaria do Planejamento, teria declarado que a Cia. Aços Finos Piratini será privatizada até o final deste ano. Falou sobre os esforços do grupo técnico daquela Companhia, no sentido de viabilizá-la e aumentar a força do Pólo Siderúrgico gaúcho. Comentou o rompimento do acordo mantido junto ao Governo Federal entre o PFL e o PMDB, declarando ser sua Bancada favorável a este rompimento. O Ver. Flávio Coulon reportou-se ao pronunciamento, de hoje, do Ver. Aranha Filho, sobre a privatização da Cia. Aços Finos Piratini, dizendo que, comprovados os déficits desta empresa para o Estado, o Governador não se oporá a sua privatização. Falou a respeito do rompimento do acordo PMDB-PFL, salientando esperar que o PFL entregue todos os cargos ocupados pelo Partido no Governo José Sarney, analisando a questão. E o Ver. Antonio Hohlfeldt denunciou várias irregularidades que estão ocorrendo durante a realização do censo municipal dos transportes coletivos, como o não-fornecimento, principalmente pelas empresas Sopal e Trevo, dos tíquetes devidos à população e uma fita de tíquetes que foi encontrada por um usuário. Disse que manterá encontro com o Secretário Municipal dos Transportes para o esclarecimento destes casos e para solicitar a participação da Casa na tabulação dos resultados do censo. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às dezesseis horas e vinte e quatro minutos, convocando os Senhores Vereadores para as Reuniões das Comissões Permanentes e convidando-os para a Sessão Solene, a seguir, destinada à entrega do título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Plauto de Almeida Cruz. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Teresinha Irigaray, Luiz Braz, Frederico Barbosa, Nilton Comin e Cleom Guatimozim, os dois últimos nos termos do art. 11, § 3º do Regimento Interno, e secretariados pelos Vereadores Frederico Barbosa e Teresinha Irigaray, a última como Secretária “ad hoc”. Do que eu, Frederico Barbosa, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Passamos às
O primeiro orador inscrito
em Comunicações, Ver. Flávio Coulon, está
ausente. Próximo
orador, Ver. Ennio Terra. A palavra com o Ver. Clóvis Brum por inversão.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ontem, a Comissão de Educação desta
Casa teve oportunidade de debater o Projeto enviado pelo Prefeito, que institui
a Casa da Criança. Quero chamar a atenção especial do Líder do PDT, Ver. Cleom
Guatimozim. Chamo a atenção de V.Exa., até porque V.Exa. é autor de um
Substitutivo ao Projeto, de conteúdo bom, eu diria. Se eu tivesse que atribuir
uma nota ao seu Substitutivo, eu atribuiria em uma nota de um a dez, atribuiria
três, mas é verdade que vamos melhorar, já está em nota cinco. E pela coragem
que V.Exa. teve em apresentar o Substitutivo podemos dar uma nota sete. Mas
vamos discutir só uma coisa importante levantada pelo Ver. Rafael Santos,
justiça seja feita. Em toda essa discussão em torno da Casa da Criança, o Ver.
Rafael Santos, ontem, levantou um assunto da maior importância e que nós
estávamos aí deixando passar despercebidamente esse assunto. A Sra. Secretária
que se fez acompanhar de uma grande comitiva de companheiros, aliás, eu tomei o
cuidado de mandar correr uma relação onde as pessoas colocavam o nome e a
função. Então, dava: fulano de tal, GP; fulano de tal, GP; o que deu de GP. Eu
até pensei que era um grupo de Agepê. Não era, era o GP e eu perguntei à
Secretária, sem constrangimento nenhum, o que quer dizer GP. Era Gabinete do
Prefeito. Eu não sabia. Então, venho quase todo o pessoal do Gabinete do
Prefeito, da SMEC. Tudo bem! É bem-vindo na Casa. Mas a Secretária, ao final
das suas intervenções, cometeu um erro capital. Chamo a atenção do Ver. Adão
Eliseu porque ele presenciou, ao final das suas últimas intervenções, a Ver.ª
Teresinha também estava presente, disse a Sra. Secretária, Ver. Ennio Terra,
quando V.Exa. aqui compareceu: “nós iniciaremos esta obra, se não pudermos
concluí-la, pelo menos iniciaremos” - está nos apanhados taquigráficos. “Nós
iniciaremos esta obra, se não pudermos concluir, por certo outras
administrações haverão de concluí-la. Quer dizer que a obra Casa da Criança
será começada pela Administração Alceu Collares, até aí, tudo bem! Até acho que
a Secretária foi muito feliz, vamos iniciar a obra e se não der para concluir,
tudo bem”.
Mas, pasmem V.Exas. que lá
no Parágrafo 1º, do art. 4º me parece se não me falha a memória, do Projeto,
diz o seguinte: a venda dos lotos se dará à vista ou a prazo e a prazo em até
seis prestações, o que vale dizer que, dentro de seis meses da aprovação do
Projeto, a Prefeitura recebe todo o montante da venda dos terrenos e eu pensava
que, paralelamente vendidos os terrenos com prazo de seis meses para receber o
montante deste valor, também se daria seis meses para a realização das obras.
Aí o Ver. Rafael dos Santos levantou o grande assunto e passei a defender a
tese do Ver. Rafael Santos que é de extrema sensibilidade. Que a Casa autorize
a venda, tudo bem, e que se coloquem um ganchinho ali, um freio no Projeto para
que, à medida das necessidades da obra, o Prefeito vá operando as transações,
porque o Prefeito vai vender os seis lotes agora, vai iniciar as obras, vai
receber todo o dinheiro e não há uma determinação legal que obrigue a aplicação
ou a conclusão das obras.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Já foi aprovado o projeto, Vereador? Eu não participei desta discussão e desta
votação. Já estão gastando o dinheiro?
O SR. CLÓVIS BRUM: Eu quero transmitir ao meu Líder e tranqüilizá-lo, até porque o meu
Líder chegou agora, muito rápido, mas quero dizer ao meu Líder que,
efetivamente, este Projeto não logrou a aprovação em janeiro, tem outro que
está sendo discutido e lamentavelmente V.Exa. nos Deus a honra, ontem, de um
debate que se pretendia travar...
O Sr. Flávio Coulon: Eu aguardei a Sra. Secretária até as 20 horas,
Vereador.
O SR. CLÓVIS BRUM: É verdade. O Líder do PMDB esteve aqui, quando nós iniciamos os
trabalhos. Como a Secretária não compareceu às 8 horas da noite, chegou além
das 20 horas, o Vereador se retirou. Mas quero dizer o seguinte, nós
discutimos, ontem, e vimos discutindo e acho que a tese levantada pelo Ver.
Rafael Santos é importantíssima. Porque, veja bem, em 6 meses, pelo Projeto, o
Prefeito receberá o total da venda, o total da transação destes imóveis. E não
diz, em contrapartida, o projeto, do comprometimento da Prefeitura em realizar
as obras.
Ora, se nós temos o dinheiro
em caixa, temos que aplicá-lo. Não pode Ver. Cleom Guatimozim, acontecer com
este Projeto à história do hortomercado. Não pode. Foi vendido o hortomercado
para construir a Câmara de Porto Alegre. Pois se queimou dinheiro e não se
construiu a Câmara de Porto Alegre. Os investimentos que estão neste prédio são
outros investimentos.
A Sra. Bernadete Vidal: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador, V.Exa. já corrigiu um dos aspectos que eu ia-lhe falar em aparte.
Quase que não houve debate, é contra isso que tenho que me rebelar, Vereador.
V.Exa. viu isso ontem. Houve a discussão, houve um trabalho para que não se
debatesse o Projeto, ontem, na Comissão. A Secretária chegou a reclamar,
inclusive que não sabe como é que a Casa faz. Eles trabalham lá, a equipe dela
trabalha, faz, elabora um Projeto perfeito e a Casa está insolentemente fazendo
emendas. Nós temos que dizer isso, Vereador. Não é possível que a gente
trabalhe desta maneira. Fomos quase que chamados de insolentes, fazendo
emendas. Está aí a Emenda que V.Exa. quer ressaltar, do Ver. Rafael Santos,
que, realmente, foi o ponto alto da discussão ontem à noite. Muito obrigada.
O SR. CLÓVIS BRUM: Ver. Cleom Guatimozim, além desse dado exorbitante, desta preocupação
do Ver. Rafael Santos, um outro assunto foi praticamente deliberado. A Comissão
de Educação, em conversa entre seus membros e o Presidente da Casa, enviará um
ofício ao Presidente da Casa para que o mesmo solicite um auxílio do
Departamento Imobiliário da Caixa Econômica Federal para a avaliação dos
imóveis que fazem parte do Projeto, a fim de que essa operação seja
transparente. Essa preocupação do Ver. Brochado da Rocha e da Comissão de
Educação, não se prende ao fato de pouca, muita ou nenhuma competência de
técnicos da Prefeitura. Nós acreditamos nos técnicos da Prefeitura, quem não
está a acreditar é o Ver. Paulo Sant’Ana, do PDT. Esse é que disse que o
Projeto virou uma mini-Maguefa. (Aparte inaudível). Então, ele já mudou de
opinião, aí, a coisa é diferente. (Aparte inaudível). Mas ele tinha que avisar
que não é mais mini-Maguefa o Projeto do Prefeito. Eu voto no Projeto do
Prefeito na hora em que o Ver. Paulo Sant’Ana me disser que não é mais
mini-Maguefa. Meu voto é para o Projeto, de corpo e alma, agora, ele vai ter
que me dizer que não é mais mini-Maguefa, e dizer daqui, onde, ele, como
primeiro orador a discutir o Projeto, classificou-o como mini-Maguefa.
Sra. Ver.ª Teresinha
Irigaray, eu sempre fui e continuo sendo atencioso com as damas, então, queria
pedir a uma dama que preside os trabalhos com notável eficiência, nesta tarde,
que me desse a oportunidade de enriquecer o meu discurso com 2 breves apartes,
o da Liderança e o da vice-Liderança do PDT nesta Casa, respectivamente,
Vereadores Cleom Guatimozim e Adão Eliseu.
A SRA. PRESIDENTE (Teresinha Irigaray): Pedindo com esse
cavalheirismo, Vereador, a Mesa sente-se na obrigação de atendê-lo.
O Sr. Cleom Guatimozim: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Clóvis Brum, em primeiro lugar, meu causa surpresa que V.Exa. conheça o
meu Substitutivo, porque eu não apresentei e nem mostrei a V.Exa. Em segundo
lugar, gostaria de dizer a V.Exa. que, tendo como testemunha a Ver. Gladis
Mantelli, do Partido de V.Exa., o Ver. Frederico Barbosa, o Ver. Raul Casa e
outros Vereadores, Ver. Paulo Satte, digo a V.Exa. que disse, ontem, ao Sr.
Prefeito Municipal que este dinheiro da venda dos lotes seria muito mais bem
aproveitado se fosse usado no saneamento básico das vilas populares.
O Sr. Adão Eliseu: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clóvis Brum,
eu participei da reunião, ontem, como membro da Comissão de Educação e Cultura
desta Casa e hoje me surpreende a nova posição que V.Exa. está tomando. Ontem,
perante à população, perante certas representações, as associações
comunitárias, as mais variadas associações V.Exa. não condicionou o voto, o seu
voto.
O SR. CLÓVIS BRUM: Mas eu esperava um debate entre o Ver. Paulo Sant’Ana e o Prefeito.
Que o Prefeito e o Ver. Paulo Sant’Ana esclarecessem se é ou não mini-Maguefa.
O Sr. Adão Eliseu: Não, V.Exa. colocou este veneno.
O SR. CLÓVIS BRUM: Não Vereador, meu voto é favorável. Só que o Ver. Paulo Sant’Ana não
pode chamar este Projeto de mini-Manguefa sob pena de colocar em suspensão
todos os companheiros da Casa. Respondendo ao Ver. Cleom Guatimozim que se
afastou de maneira intempestiva, agora, do Plenário: eu conheço o Substitutivo
do Ver. Cleom Guatimozim porque sou competente, diligente e trabalhador. O
Substitutivo do Ver. Cleom Guatimozim está dentro do Plenário original que
estava com a Comissão ontem à noite. Sou trabalhador, sou competente e sou
diligente.
O Ver. Cleom Guatimozim não
pode dizer que não me mostrou o Substitutivo, não precisa, Nobre Ver. Cleom
Guatimozim, eu conheço o Substitutivo de V.Exa. porque faz parte dos autos e eu
os li, ontem à noite, porque estava à disposição da Comissão de Educação. E,
aliás, o Substitutivo não é de boa qualidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: O próximo inscrito é o Ver. Ennio Terra.
O SR. ENNIO TERRA: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero, de público, dar os
parabéns ao Ver. Clóvis Brum por trazer à comunidade o conhecimento de um
Projeto que vai beneficiar as crianças de Porto Alegre.
O Ver. Rafael Santos, ontem,
levantou uma polêmica quanto aos valores a serem aplicados na construção desta
obra. Ficou uma dúvida no ar, se caso venha sobrar dinheiro, para onde irá esta
importância.
Ora, o Ver. Clóvis Brum,
neste momento expôs a nós que o hortomercado foi vendido para que as obras da
Câmara fossem concluídas e por esta razão é que alguns Vereadores que conhecem
administrações passadas sabem o que ocorreu. É muito bom que tenha esta
polêmica para se esclarecer o que aconteceu no passado e que não deve acontecer
hoje.
Quanto à informação do Ver.
Clóvis Brum, de a Secretária ter dito que o PDT iniciará a obra e que outros
governadores poderão acabar, eu entendi o contrário. A Secretária foi bem clara
e disse que fariam um pacote de 5 escolas, de acordo com as verbas que entrarem
para os cofres porque não se tivermos a oportunidade de vender todos os lotes
de terrenos não se pode iniciar uma obra de 100 escolas, pelo menos foi o que
entendi.
Agora, no momento em que se
fizer uma licitação e todos os terrenos forem vendidos, automaticamente, no
período de um ano há possibilidade de acabar todas as escolas. Portanto, não
entendi por que se fazer uma emenda tendo este cuidado de não ter as obras
concluídas. E o que disse a nobre Ver.ª, minha simpática amiga, Bernadete...
A Sra. Bernadete Vidal: Pensei que V.Exa. ia me xingar...
O SR. ENNIO TERRA: Não, pelo contrário. Até é bom que se faça polêmica, porque eu acho
que da discussão é que vem a verdade. É que ontem foi simplesmente a
apresentação de um projeto, e inclusive, não entrei em debate, que é a
preocupação do Ver. Flávio Coulon, ele tem razão, porque no momento que este
projeto entrou há meses atrás teve um início de discussão e depois foi
retirado.
Por essa razão, o Ver.
Flávio Coulon tem essa preocupação. Mas, V.Exa. pode ficar tranqüilo, Ver.
Flávio Coulon, o projeto é bom. É tão bom que alguns Vereadores já fizeram
Substitutivo para tirar um pouco do dinheiro. A idéia é boa, mas querem se
aproveitar alguns Vereadores para tirar a sua casquinha, e a finalidade, a
criatividade do Prefeito foi para que este Projeto atenda às crianças carentes
que temos na periferia.
O Sr. Hermes Dutra: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não quero vestir o
chapéu que V.Exa. jogou aí, mas sou um dos Vereadores que fizeram uma Emenda a
este Projeto, dizendo que até 10% dessa importância poderiam ser aplicados em
Casas para Excepcionais, por um único motivo, Vereador, é que excepcional tendo
7 anos ou vinte e um anos é a mesma coisa, num estado avançado de
excepcionalidade, e não havia como se estabelecer que um excepcional tivesse
atendimento numa casa de criança desse tipo, até 7 anos, e depois aonde iria? E
tive o cuidado de consultar o Sr. Prefeito antes de apresentar a Emenda, no
interesse de ajudar algumas casas em Porto Alegre, que estão vivendo da
caridade pública, sem qualquer apoio.
O SR. ENNIO TERRA: V.Exa. vem enriquecer o meu pronunciamento, porque Substitutivo ou
Emenda dessa natureza eu também, gostaria de fazer, mas não pode-se fazer uma
Emenda se tirando dinheiro para fazer segurança na Restinga. Então não serviu o
chapéu para V.Exa. Ontem, o arquiteto que apresentou o Projeto falou de
comunidades que estão pedindo para que se façam escolas, também, casas das
crianças, para os excepcionais.
Portanto, me louvo da sua
Emenda porque vem atender os anseios da comunidade, porque o carente, na realidade
aparentemente 21 anos, mas tem a idade de uma criança de 2 anos. Eu também
concordo, mas não desviar verba, pois me parece que tem uma outra Emenda,
desviando para um centro de cultura. Agora, quando o atendimento for para as
crianças carentes, eu apoio a sua idéia e tenho certeza de que o chapéu não
serviu para V.Exa.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Ennio Terra, o Projeto pode ser bom, mas, em primeiro lugar, as entidades
comunitárias ainda não se manifestaram sobre esse Projeto. Ontem foi uma
reunião oficial, eles ficaram quietos. Em segundo lugar, eu, modéstia à parte,
acredito que tenha um projeto melhor que este na minha cabeça e o apresentarei
oportunamente. Acho que o caminho, pelo o que eu ouvi nas comunidades de base,
nas Vilas, não é bem este, construir prédios com azulejos, etc. e tal, e depois
largar as crianças lá ao deus-dará. Existem alternativas que me parecem bem
mais viáveis de que esta.
O SR. ENNIO TERRA: O Ver. Hermes Dutra apresentou um Substitutivo a uma Emenda para
valorizar o Projeto. Portanto, cabe a V.Exa., agora, também encaminhar, porque
o objetivo do Projeto é de que nós, os 33 Vereadores, venhamos a enriquecer
aquilo que vem ao encontro dos anseios da comunidade. Eu até louvo a sua idéia,
a sua criatividade, o seu saber, e que venha apresentar um Substitutivo para
enriquecer o Projeto.
O Sr. Adão Eliseu: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ennio Terra,
eu sou obrigado a interferir e tentar colaborar com o pronunciamento excelente
de V.Exa. no momento em que o Ver. Flávio Coulon, que merece todo respeito,
atua e interfere intempestivamente no pronunciamento de V.Exa. A gente o
releva, levando em consideração que ele passou por aqui, apenas ontem, e não
viu a aceitação da comunidade representada pela FRACAB e por várias
representações. Eu acho que meu aparte serve de aviso a ele, porque esta é uma
atitude antipática em relação àquelas representações que estavam aqui, ontem.
Com todo o respeito que ele merece, acho que o Vereador está equivocado. Houve
uma aceitação tão grande em torno do Projeto que o pessoal não quis discutir.
Achou bom, achou limpo, não teve problema nenhum. Não há o que discutir. Então,
o Ver. Clóvis Brum, Presidente da Comissão, colocou um venenozinho - e ele me
avisou, inclusive que o faria, para esquentar um pouco a discussão - que foi o
negócio da Maguefa aí, que eu acho que não leva a nada. O Projeto é excelente,
não há o que discutir, e eu acho que não pode nem demorar, aqui, nesta Casa.
O SR. ENNIO TERRA: Estava presente aqui, o Presidente da Associação da Vila Farrapos, e
ele disse que receberá duzentos e cinqüenta mil cruzados - ou duzentos e
cinqüenta milhões, estou perdido nos zeros, agora - que era para iniciar a obra
de uma creche, e que a comunidade é que haveria de administrar. Eu sou
testemunha, eu fui lá no local, no Parque dos Maias, onde um Clube de Mães me
solicitou que interferisse junto aos órgãos públicos, para que eles tivessem
condições de organizarem uma creche. Portanto, me surpreende, quando V.Exa. diz
que não há interesse e que não estavam presentes os órgãos aqui. Estavam aqui
alguns. A Irmã Zeca, por exemplo, pediu, por amor de Deus, que gostaria que
dessem a ela condições de administrar mais creches. V.Exa. falou em obras
gigantescas, e eu sou contra; uma vez já discordei do Ver. Aranha Filho, onde
eu disse a ele que a creche não seria aquela creche que se faria no Parcão, e
sim lá na Cruzeiro do Sul, lá no Parque dos Maias, lá no Mato Sampaio.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Quero pedir a V.Exa. que autorize me conceder uma cópia do seu pronunciamento,
com todos os aparte.
O SR. ENNIO TERRA: Pois não, com todo o prazer. Então Ver. Flávio Coulon, eu acredito que
Emendas iguais a essa que o Ver. Hermes Dutra encaminhou, para que se possa
atingir principalmente crianças dessa natureza, que são os excepcionais, são
muito importantes para o Projeto. Mas discordo daquelas Emendas que querem
desviar, para atender a outras coisas da comunidade. Por esta razão, eu me
louvo no Projeto... (A Sra. Presidente preme a campainha.) e para concluir,
Sra. Presidente, Ver.ª Teresinha Irigaray, V.Exa. tem sido muito cortês, e
tenho notado que, quando V.Exa. está na Presidência, o nível desta Casa sobe.
Portanto, eu gostaria de falar a nossa Ver.ª Bernadete Vidal que tenho certeza
que V.Exa. irá enriquecer este Projeto, pois tem sido uma das lutadoras de
todos os setores da comunidade, principalmente aqueles que tratam da criança.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Para um requerimento, Sra. Presidente. (Pausa.)
Requeiro que a Mesa determine à Diretoria Legislativa que retire do meu nome o
Processo da Casa da Criança, que estava em carga para este Vereador. Eu me
surpreendi que o Ver. Clóvis Brum conhecia o meu Substitutivo que eu nem
assinei. O Projeto estava em carga na minha mesa e, como não está mais lá, e o
Substitutivo, nem assinado, já é conhecido por todos, eu pediria que do
Processo que estava em carga seja retirado do meu nome, porque alguém o apanhou
por engano de cima da minha mesa.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa acolhe o seu requerimento e vai encaminhá-lo ao setor
competente, com a devida queixa.
Com a palavra, por
transposição de tempo com o Ver. Flávio Coulon, a Ver.ª Bernadete Vidal.
A SRA. BERNADETE VIDAL: Sra. Presidente e Srs. Vereadores, eu vinha para a
Câmara com a intenção da falar, hoje, sobre os deficientes e a Constituinte,
pois que estamos perdendo, no Projeto do Sr. Bernardo Cabral, até conquistas
alcançadas através da Emenda n.º 12, do Deputado Tales Ramalho. Mas não posso
deixar de me manifestar sobre coisas que se ouviram hoje á tarde e sobre aquilo
que se viu ontem à noite. Ontem à noite, nós fizemos platéia para que a Sra.
Neusa Canabarro expusesse o seu Projeto para a Casa da Criança. Esta muito
contrariada a Sra. Secretária. Ela é muito autoritária, não gosta que haja
emendas, nem que a contrariem. Onde é que já se viu a Câmara ficar emendando um
Projeto que ela e sua equipe fizeram? Ela não quer emendas. São intromissões
indevidas e estão desvirtuando o Projeto. Como é que vamos analisar um Projeto
nessas condições? Gostaria de me manifestar porque estão dizendo que ontem foi
uma reunião de comunidades. Não Senhores! Ontem não foi reunião de comunidades.
Havia alguns elementos da comunidade, respeitáveis como a Irmã Zeca, o Sr.
Lemos lá da Vila, que é muito a favor do Prefeito, mas não estava todo mundo.
Tem de ser cego para ver isso.
Faltava muita gente. Não
quero participar dessa farsa, Srs. Vereadores, não posso com todo esse tempo de
Casa, com toda a respeitabilidade que me dá o mandato que tenho e que nós, da
Comissão de Educação temos, nós da Casa, aceitar essa farsa. Ontem foi uma
reunião, o Vereador Clóvis Brum já falou, eu não sabia da história do GP, mas
só pelo que as pessoas diziam já para ver que era. A pessoa dizia: “Eu sou da
comunidade, esse Projeto tem de ser aprovado”.Um elemento chegou a me criticar
porque eu estava criando polêmica no Projeto. É para passar sem polêmica.
Querem vender o “filé mignon” de Porto Alegre, áreas nobres de Porto Alegre sem
polêmica. E o que é pior - vou retirar até o aspecto da exploração imobiliária
- tentei levantar ontem o debate, gostaria de saber como se vai fazer isso,
como será a funcionalidade dessas creches, a que o dinheiro vai servir e onde,
como se vai fazer. Tem de ser creches de 600 metros quadrados de área
construída? Não será meio gigantesco? A Irmã Zeca colocou isso e não adianta
querer dizer que ela é a favor porque pediu para administrar a creche. Ela
ofereceu seus préstimos para ajudar a encaminhar o Projeto na sua fase de
aplicabilidade, ofereceu-se apenas porque conhece, ela sabe, ela administra
creche há muitos anos.
O Sr. Adão Eliseu: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Realmente, eu
gostaria de me referir na parte do seu discurso em que se refere à questão das
emendas supostamente reclamadas pela Secretária de Educação. Ela apenas citou
que alguns Vereadores gostariam de tirar uma “casquinha” do Projeto que é bom,
por ser bom é que os Vereadores querem tirar uma fatia do bolo que é bom e
gostoso, porque o Projeto é bom, e sendo tão bom assim eu me admiro, Vereadora,
V.Exa. não é culpada disso, mas eu me admiro que este Projeto venha se
arrastando desde o ano passado e as crianças precisando de casa. Este projeto
era para passar aqui em regime de urgência e nós fiscalizarmos, porque nós
achamos que todo mundo é desonesto nesse Município, nós até delegamos poderes
para técnicos de órgãos federais para avaliar os terrenos da Prefeitura, quando
nós temos técnicos honestos na Prefeitura, eu acho, porque a gente vê nos
outros o que a gente é, eu me julgo honesto e vejo que tudo mundo é honesto.
Então, só para concluir, quero dizer a V.Exa. que a Secretária não reclamou,
ela apenas citou o fato de alguns Vereadores tirarem alguma “casquinha”, foi
assim.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver.ª Bernadete Vidal, na discussão que nós estamos tendo com as bases, fica
uma coisa muito clara: antes das creches, eles estão preocupados com as pessoas
que a Prefeitura vai colocar as suas expensas para cuidarem das creches, esta é
a questão. Eles não querem creches, eles querem gente, que é o básico para
eles. Não adianta construírem e depois não ter gente especializada para cuidar
daquelas crianças, eles abrem mãos, eles mesmos dizem que preferem um barraco
com gente especializada para cuidar destas crianças do que um prédio bonito com
o ônus deles sustentarem, porque há possibilidade deles fazerem um bom
trabalho.
A SRA. BERNADETE VIDAL: A Ver.ª Teresinha Irigaray presidia, numa ocasião,
uma reunião sobre o menor e se dizia isso através das comunidades, eram as
comunidades, eram entidades que lidam há anos com isso e diziam isso que V.Exa.
acabou de dizer. Agora não tem isso no projeto. Tem esta megalomania de
construção de 100 prédios enormes para colocar sabe lá onde, porque nem sei se
tem área ali na Vila Cruzeiro e diz que tem que ser área regularizada. Não sei
se tem. Será que os motivos do projeto são as creches? Eu fico tão em dúvida,
Srs. Vereadores. Queria tanto acreditar que são. Sou uma pessoa que tenho me
caracterizado, nesta Casa, por um trabalho de sensibilidade. E queria tanto
acreditar que a coisa é como se propõe.
O Sr. Hermes Dutra: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vereadora, acho
que V.Exa., sem desmerecer as outras questões que V.Exa. levantou, acho que o
fulcro da questão, a meu juízo, é exatamente isso: é a comunidade que vai
manter as creches, este é o ponto que questiono. V.Exa. sabe até do interesse
que tenho nisso aí em função de um exemplo que até pode ser tornar meio
perigoso por a gente trabalhar em cima de uma questão, que a comunidade pode
assumir. E certamente haverá outras comunidades que poderão assumir. Agora se
não atentarem para o que V.Exa. levanta, e isso é realmente um ponto de
interrogação, nós corremos o risco de, novamente, se fazer ou depósito de
crianças como alguém já utilizou a expressão aqui, ou elefantes brancos. Eu já
me manifestei favorável ao Projeto, agora, participo desta interrogação. Acho
que mais importante do que o próprio Projeto será este cuidado em como a
comunidade que vai manter a creche. Porque fazer uma creche para ganhar votos
na eleição e entregar a uma comunidade que não conseguirá mantê-la, é melhor
não fazer.
A SRA. BERNADETE VIDAL: Ver. Hermes Dutra, estou sentindo - tomara meu Deus
que não seja - esses prédios depois virarem salão de festa para a comunidade do
bairro, ou quadra de ensaio para escola de samba. Aliás, uma creche, já virou
creche de índios e fantasiado. Será que vai funcionar? A comunidade tem como
administrar e fazer funcionar uma creche para 130 crianças! Isso é difícil,
Srs. Vereadores, isso não é uma coisa que uma pessoa despreparada possa fazer!
Quero declarar que estou com a máxima boa vontade para com o Projeto, que quero
votar nesse Projeto, mas, procurando caminhos! Não pensem os Srs. do PDT que
estou com má vontade para com o Projeto, porque não estou. Estou querendo que
ele dê certo, mas que dê certo depois, não só na votação. Quero que ele dê
certo lá no meio da vila, que funcione realmente. Eu não quero que esses
prédios enormes virem depósito de material ou de equipamentos para diversão, ao
invés de creche. Quero que eles realmente sirvam à finalidade para a qual
existem, já que querem creche desse tamanho. Até participo da preocupação do
Ver. Aranha Filho e das recomendações da UNICEF de que a mãe crecheira atende
muito melhor à comunidade. E é o que as vilas estão fazendo precariamente, Ver.
Flávio Coulon. As Senhoras lá do bairro, despreparadas, estão fazendo
atividades de mães crecheiras sem o saber, empiricamente. É por que é bom
mesmo. E querem fazer esses monstros aí. O que é que nós vamos fazer para ter
boa vontade com esse Projeto? Eu peço, Sra. Presidente, querida Ver.ª Teresinha
Irigaray, que é Presidente da Comissão do Menor e várias vezes já o foi...
(Aparte inaudível). Ah, agora, é o Ver. Brochado da Rocha? Então, peço que nós
estudemos isso realmente com a comunidade e não com aquela farsa que se fez
ontem, porque acho que não mereço isso, nós, da Comissão, não merecemos isso,
de se trazer gente do Gabinete do Prefeito e dizer que é a comunidade. Muito
obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Brochado da Rocha, em tempo de Presidência.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, eu pediria a
atenção especial da Ver. Bernadete Vidal, porque vou tocar no nome de V.Exa. De
certa forma me surpreende o discurso da Vereadora. Eu, ontem, assistindo ao
debate cuja qualificação da comunidade não vou entrar no mérito, comunidade é
comunidade, eu frisava à Vereadora Bernadete Vidal. À Vereadora, as tantas da
discussão, de ontem à noite, sobre o assunto eu dizia: mas este assunto parece
fácil, aqui, porque não tem ninguém a questioná-lo. Eu estou dizendo o que
falei ontem à noite à Ver.ª Bernadete Vidal. O Ver. Flávio Coulon está muito
preconceituoso, eu estou repetindo o que disse à Ver.ª Bernadete Vidal, até
disse a V.Exa., vamos questionar um maior número de itens possíveis. Realmente,
ela, posteriormente se inscreveu e levantou uma série de itens. Não este
negócio de GP, eu não faço parte de nenhum oficialismo e não gosto deste
negócio. Agora, já que estão tocando no tal de GP vamos para lá. Estava o GP
mesmo, mas, Vereadora eu vi ontem gente que teve a seguinte manifestação: tem
torcida favorável a uma coisa ficam quietos, como tem torcida contra, ficam
quietos. Eu vi ontem, não V.Exa., porque, aliás, estava ao seu lado. Engraçado
que um Projeto tão polêmico desses, está tanto tempo na Casa e deve sofrer
Emendas. Aliás, eu disse ao Líder do Governo que ia falar comunicando, o Sr.
Prefeito admite Emendas e ontem ainda disse e disse na frente do Ver. Raul Casa
também. O Sr. Prefeito admite Emendas.
A SRA. PRESIDENTE: Ver. Brochado da Rocha, desculpe a interrupção a V.Exa. Nós apenas
queremos registrar, neste momento, no Plenário a Presença do ex-Deputado Moisés
Velasque. Sinta-se à vontade na Casa do Povo.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Então, o que eu quero colocar é o seguinte: como
ontem tinha torcida favorável, a manifestação foi pequena, a tal ponto que a
grande inquiridora do assunto passou à Vereadora Bernadete Vidal que vem aqui à
tribuna dizer que é favorável.
Ela apenas quer acrescentar
algumas emendas e eu digo que o Sr. Prefeito ontem à tarde disse que eram
possíveis emendas e que até deveriam fazer emendas, mas deveriam dar uma
solução para o problema.
E ontem eu coloquei e a
Vereadora ouvia, que eu acho um crime estes terrenos e este dinheiro da
municipalidade estarem parados, quando em realidade deveriam ser cobradas
quotas ou alíquotas progressivas sobre terrenos baldios. E o Município retém os
terrenos em área nobre. Quer dizer, há um limite da burrice que passa depois à
estupidez. Agora eu acho que deve ser emendado. Eu acho, Ver.ª Bernadete Vidal,
que deve ser criado um fundo para as creches. Acho que cada creche deve ter um
vínculo. Devem passar por uma pela Casa. Agora, se não querem fazer não façam.
Quero dizer as coisas que eu acho. Acho que deste dinheiro proveniente da venda
deve ser criado um fundo e deve constar do Projeto. Como alguém que não é
qualificado no ramo disse que é muito barato, deve haver uma avaliação de
pessoas como da Caixa Econômica Federal e outros, para tirar a dúvida. Deve
haver um fundo. Cada creche deve passar pela Câmara. Não tem porque não fazer
esta Emenda. Não fazem porque não querem. Seria a emenda que eu faria.
Pergunto, existe alguma
coisa mais social? Nós temos as faces da história. Uma face é o comportamento
da Prefeitura, se comportando como uma especuladora imobiliária. A outra face:
a absoluta carência de creches. Pois se esta não é boa creche, pois digam qual
é a boa creche. E digam já. Ou examinem outra destinação. Não sou fanático por
coisa nenhuma, aliás, sou fanático por deixar este patrimônio a bem da
especulação e alugado para automóveis, para serem vendidos, sou contra. Tanto
falam nesta Casa em finalidade social, mas onde é que está? Não tem finalidade
social o objeto? E se não tiver, porque não modificam o destino? Porque?
Este problema vem se
arrastando de uma forma, que deixa o patamar da razoabilidade e passa pela
incompetência e a demagogia.
É isto, e vi ontem na
reunião. E vejam os Senhores, não sou da Comissão de Educação, mas vim, fiquei
do lado da Vereadora, questionei, respondi.
Acho que muita coisa tem que ser mudada. Emendado. Mas, porque não
fazem? É só fazer. Já temos duas emendas, agora.
Vereadora Bernadete Vidal,
ontem V.Exa. desempenhou a grande inquiridora, porque não teve medo da platéia
e vi outros que tiveram.
A Sra. Bernadete Vidal: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador, acho que V.Exa. não entendeu, hoje, eu inquiri outra vez, e não
disse, ontem, que era contra o projeto, disse que o projeto tinha que ser
abatido, tinha que se estabelecer a polêmica. Fui a única que não foi
aplaudida. Não sou contra a venda de terrenos em Porto Alegre, que estão
prestando um mau serviço, concordo que sejam vendidos e que se tenham esta
preocupação com os menores, que estão realmente necessitados. Sou contra que se
coloque aquela platéia como termômetro, que ela tem que falar, e também, acho
que tem que haver maior discussão, temos que achar novos caminhos.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Vereadora, exatamente, é o que estamos fazendo,
ofereci a V.Exa. duas emendas, uma é a criação do Fundo.
Discutir o que com a
comunidade, se ela quer creches, afinal, que tipo de creche? Mas, muito bem,
primeiro vamos aprovar isto aí, e em segundo lugar, que cada Projeto de creche
passe pela Casa. Qual é o problema? Uma a uma e aí, V.Exa. vai ouvir a
comunidade, cada uma das creches. Agora, o que não podemos é ficar
procrastinando por tanto tempo, para todo o tempo e “in fine”.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Brochado da Rocha, em primeiro lugar, só vem para resgatar a credibilidade
dos técnicos da Prefeitura que fizeram a avaliação, solicitei que uma firma
particular procedesse ao estudo e bateu exatamente no mesmo valor.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Vereador, data
venia, não quero saber o nome da
firma, mas quero lhe dizer o seguinte, que a firma que pedi avaliação sobre
isto, há um ano, a Prefeitura através de sua Comissão própria, costuma avaliar,
superavaliar prédios próprios municipais. Este é um erro da Prefeitura, aliás,
se V.Exa. procurou uma firma fez muito bem. Eu, também, procurei uma firma e
disseram: está superavaliado. E disse aqui na Casa que, também, achava opinião
minha, mais uma que também pedi, também sugeri, é que os terrenos são muitos
grandes. Então, eu acho que deve haver dois tipos de licitações: um com o piso
já estabelecido, um mínimo que a Câmara dará. Certo? E, em segundo lugar, que
haja possibilidade de subdividir aqueles terrenos, porque eles são muitos
grandes, quer dizer, limitam o número de licitantes, acho também, aliás, foi a
firma essa que eu consultei, que não cabe o nome, eu encampo a responsabilidade
e ela sai fora e que V.Exa. também fez.
De maneira que temos que caminhar, o problema é que estamos criando em Porto Alegre uma desesperança geral que eu tenho ouvido e, aliás, ainda ontem, manifestava o Ver. Flávio Coulon, essa desesperança que se vive.
O Sr. Aranha Filho: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, em
princípio, é louvável a criação dessas creches, porque tudo que atende à
criança é louvável. Porém, eu chamo a atenção para um estudo mundialmente
conhecido e que já solicitei do governo anterior e deste próprio para que
avaliasse e visse da possibilidade de aplicar em Porto Alegre. Porto Alegre,
hoje, possui 8 creches em 7 Vilas. Atende de 800 crianças e gasta por creche,
por criança três, quatro a cinco vezes mais que uma creche particular por
criança. Então, porque não usar os estudos da UNICEF com lares vicinais e mães
crecheiras? Atenderia 20 vezes mais
crianças que hoje está atendendo com a mesma verba. Então, eu acredito que usar
terrenos do Município, criar 100 casas é um gasto astronômico, sendo possível
atender muito mais crianças usando os estudos internacionalmente conhecidos da
UNICEF. Este é o meu posicionamento. Eu não sou contra as 100 casas, mas
tentem, pelo menos, fazer um estudo de viabilidade da aplicação do plano da
UNICEF.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Ver. Aranha Filho, eu, ontem, frisei e peço que a
Ver.ª Bernadete Vidal me fiscalize. Eu ontem frisei que não tinha dúvidas sobre
o primeiro momento da situação, que deveriam ser vendidos imediatamente, como
outras coisas do Município que precisam ser vendidas imediatamente. A
Prefeitura não é uma imobiliária. A não ser que queira fazer da Prefeitura uma
imobiliária, aí eu concordo. Agora, quanto ao segundo momento, eu disse que eu
vim para ouvir os técnicos no assunto. Agora, não estou contra o plano que
V.Exa. está a sugerir. O Sr. Prefeito está aberto a Emendas, parciais, totais,
etc...Eu disse, ontem, claramente, na frente do Líder do Governo, disse na
frente também da Secretária da Câmara, do Líder do PDS, do PFL. Eu quero dizer
que a Câmara de Vereadores não pode se comprometer em não solucionar um
problema que tem cunho social, que deve sofrer reparos, mas não pode fechar,
ficar patinando e não avançar nisso. Fizeram uma reunião ontem, e ninguém
tocou, Ver. Aranha Filho, na idéia de V.Exa. Eu não sou um especialista nesse
assunto e por isso não vou dar palpite.
A Sra. Bernadete Vidal: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Eu não toquei por causa da platéia, e não foi por susto. V.Exa. viu que eu não
me assustei. Eu achei que não valia a pena. Aqueles ali não queriam debater nada.
Eu senti isso, Vereador, o que vou fazer?
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Isso não sentimentos. A mim ficou um outro
sentimento. Se a Casa se sentia tão desesclarecida do assunto, por que não se
esclareceu ontem? Afinal, vamos esclarecer quando? Até quando? E por que não?
Para dizermos por que sim? Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Frederico Barbosa): Com a palavra, o Ver. Cleom Guatimozim.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ministério do
Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente, no Congresso Brasileiro de
Engenharia Sanitária, ocorrido em São Paulo, resolveu fazer uma afirmação que
pode ser verdadeira e que preocupa a muitos municipalistas brasileiros. V.Exa.
afirmou que as cidades brasileiras podem implodir por falta de saneamento
básico. Ora, nós sabemos que as recomendações da Organização Mundial da Saúde,
a respeito de saneamento básico, não são atendidas por nenhuma cidade
brasileira. São Paulo, Rio e Minas, por serem grandes demais, outras por não terem
o orçamento necessário, outras ainda por política, por entenderem que enterrar
canos não é uma boa política administrativa. A verdade é que, se as exigências
mínimas da Organização Mundial da Saúde não são cumpridas, em saneamento
básico, por nenhuma cidade brasileira, nós estamos, então, com um problema
seríssimo de saúde pública e, em última hipótese, vulnerável aos problemas de
doenças, relacionadas por esta mesma Organização, pela falta de saneamento
básico. Interessante que o Ministro David Schawartz citou, inclusive Porto
Alegre, no Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária, quando falou que os
baixos salários resultavam numa série de problemas sociais, e são o que ele
chamou de invasões dos conjuntos habitacionais ocorridas aqui em Porto Alegre.
Citou o problema terrível dos aluguéis das casas do centro do País que
impossibilitam o trabalhador de morar e geram favelização e esqueceu que o
governo tinha na mão um dispositivo válido, que era o BNH e que, com pequenas
reformas, atenderia às necessidades habitacionais brasileiras. Os inventores do
BNH cometeram um erro até sem dolo, um erro que levou o BNH à sua extinção,
porque não servia mais á População brasileira. Era exatamente o estabelecimento
da correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social. Se o BNH
foi previsto para uma inflação de 505 e a inflação atingiu até 200%, é claro
que o trabalhador não poderia pagar os reajustes. Mas o BNH carecia, urgente,
de uma remodelação, de uma restruturação, fazendo com que o trabalhador não
pagasse 25 anos de sua vida por um casebre, num terreno de 25m de fundo, por 7m
de frente, testada e com tábuas de péssima qualidade, de segunda e terceira
categoria quando não eram chapas de compensado sobrepostas e até coladas
naquilo que eles chamavam de vilas construídas pelo BNH. Ou os famosos
“pombais” que eram os conjuntos de edifícios sem a necessária infra-estrutura.
Tinham nas mãos uma arma fabulosa.
Não se falou também na
Reforma Agrária. Não se falou em dispositivos e meios de fixar o homem ao
campo, apesar da mecanização do campo. Dispositivos que pudessem deixar o homem
no seu habitar. Há bem pouco tempo se faziam inversões, este é um País que
ninguém entende! Levamos os colonos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina para
o Mato Grosso e traziam os índios do Mato Grosso para São Paulo. É uma inversão
que não cabe na cabeça de ninguém e que resultam nessas anomalias que formam o
grande mosaico que é um quadro incompreensível do Brasil. Não se falou na
Reforma Agrária.
Não se falou que o Brasil
deve abandonar esses modelos importados. Necessitamos criar um modelo
brasileiro, um tipo de atendimento que resolva os problemas chamados fenômenos
sociais brasileiros. O que me surpreende e que me traz à Tribuna é que o
Ministro sabe do mal, sabe qual é a moléstia. O que me surpreende é que o
Ministro sabe qual é o remédio para combater a moléstia e o que me surpreende
mais é que a moléstia não seja atacada fazendo com que pareça que o Governo
desconhece as causas e que não possui meios para combater esses efeitos.
A Reforma Agrária, tão
tentada, como muda Ministro! Uns chamados por Sarney, outros demissionários,
outros chamados por Deus. Mas a verdade é que no Ministério da Reforma Agrária
muda ministro diariamente. Tem um ministro de plantão. Não adianta ter um
Ministro de Reforma Agrária se não se faz reforma agrária e que resulta como um
dos problemas básicos de todos os problemas brasileiros: a invasão das terras
improdutivas que agora o homem não tem tutela da lei faz à força. E nós
voltamos numa sociedade de hoje, no séc. XX, aos tempos das cavernas, porque o
governo não atende o homem, não atende o trabalhador das metrópoles, não atende
o trabalhador urbano, não atende o trabalhador rural e o abandona na terra. Ele
se não tiver um cavalo ou um boi para lavrar a terra, coloca seus filhos para
puxar o arado, porque está completamente abandonado por um governo que não
volta sua atenção para estes problemas. Então esta intervenção do Ministro Deny
Schwartz - e o Deny sabe o mal, sabe o remédio, traz à tona e demonstra que o
governo conhece os graves problemas brasileiros e que não ataca estes problemas
porque está preocupado principalmente com quantos anos vai ficar no poder. E
até acho, Srs. Vereadores, que o governo que atendesse o trabalhador, o governo
que desse condições ao trabalhador de manter com dignidade a sua família,
poderia até ficar os 5 anos, sem que se ouvisse nas ruas uma palavra de
protesto nas famosas enquetes que imprensa faz hoje, de norte a sul neste País.
Mas o trabalhador está abandonado - sem habitação ele invade os conjuntos
abandonados, o que acho certo e lhe dou razão. Sem terra, o homem que não tem
onde plantar invade as terras improdutivas e nós sabemos que por outro lado, a
propriedade tem até uma origem sagrada para o proprietário. Mas a culpa não é
do proprietário; a culpa é do governo que não acena com mecanismo para que se
diminua a pobreza neste País de 140 milhões de habitantes. Então, seria
interessante, Srs. Vereadores, que os ministros fizessem como o Ministro Deny:
criassem coragem e nos grandes movimentos, como nesse Congresso de Engenharia
Sanitária, nas grandes metrópoles, demonstrassem que o Governo conhece o
problema, mas que também está disposto a saná-lo. Ou, então, ficará no
conhecimento daqueles que lutam pelos problemas brasileiros, no conhecimento
dos ministros e no desespero da população brasileira, sem que o Governo tome
nenhuma providência. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Caio Lustosa, que cede seu tempo ao Ver. Flávio
Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como me faltam as
luzes e o brilhantismo do Ver. Cleom Guatimozim para abordar temas de ordem
nacional para salvar o Brasil, eu vou tentar salvar alguns probleminhas de
Porto Alegre. Sou bem mais modesto, aliás, não tenho nem um vigésimo do tempo
do Vereador Cleom Guatimozim, nem do seu conhecimento, inteligência e
brilhantismo. Então, vou ficar com Porto Alegre, principiando pelo problema de
Arroio Passo Fundo, no Bairro Nonoai, especificamente na Rua Otávio de Souza. E
faço um apelo à Bancada do PFL, que é que tem o maior número de Vereadores
presentes neste momento, até cumprimento pela freqüência - 4 Vereadores - para
que leve, ao Dr. Ghignatti, o problema do Arroio Passo Fundo. Vou passar-lhe,
Vereador, para que V.Exa. veja, as fotografias do local onde o Arroio já levou
uma casa e está ameaçando mais outras casas da rua. Quando o Arroio enche, a
erosão passa a levar o barranco e está levando as casas. De modo que faço um apelo
em nome daqueles moradores da Rua Otávio de Souza no sentido de que o DNOS
estude uma medida pelo menos paliativa. Se não dá para canalizar esse arroio
que, talvez, seja um preço bastante caro, o meu apelo é no sentido de que pelo
menos enroque, faça um enrocamento neste talude protegendo-o contra a erosão.
Enrocamento é um aterro de
pedra que se faz para proteger os terrenos menos resistentes da erosão das
águas correntes. Só para ficar registrados nos Anais da Casa a definição a
pedido do Ver. Aranha Filho.
O segundo tema que gostaria
de abordar, vou aproveitar a presença do Ver. Getúlio Brizolla é a respeito dos
teatros municipais. Existe um Projeto de um grandioso Teatro Municipal que não
passou pela análise desta Casa, ao mesmo tempo em que leio nos Jornais que, por
exemplo, o Centro Municipal de cultura tem goteiras para todos os gostos e para
todos os lados. De modo que não parece razoável nós estarmos pensando em
Projetos faraônicos de Teatros Municipais e Projeto que volto a repetir - esta
Casa desconhece absolutamente o teor do Projeto deste Teatro, aonde ele vai
ficar, qual o terreno que ele vai ficar, quem autoriza a cedência desse
terreno? e assim por diante... Eu faria um apelo, no momento em que se fala
neste tipo de Projeto também se cuidasse dos teatros municipais existentes.
O Sr. Aranha Filho: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) O assunto primeiro
que V.Exa. abordou sobre o Arroio Passo Fundo, eu perguntaria a V.Exa. se
V.Exa. esgotou todos os trâmites na via municipal e se esse caso esta afeto,
diretamente, ao Departamento Nacional de Obras e Saneamento. Então, de forma
que, é o Dr. Ghignatti o responsável. Eu me coloco à disposição de V.Exa. e vou
encaminhar o problema.
O SR. FLÁVIO COULON: Eu até lhe cedo as fotografias, Vereador, com todo
o prazer. Outro tema que eu gostaria de abordar desta tribuna, Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, diz respeito a uma reportagem do Jornal do Comércio, de hoje,
que fala na decadência da limpeza. Todos nós conhecemos o esforço que o Ver.
Vieira Cunha está fazendo no DMLU. Mas quem anda pelas ruas da cidade constata
que a batalha que está travando o DMLU, no sentido de limpar esta cidade, está
sendo perdida. Jamais esta cidade esteve tão suja como está no momento, apesar
dos esforços, digo eu, e repito, do DMLU. Passava ontem pela Rua Mariante. O
canteiro da Mariante entre a Protásio Alves e o Parcão tem no mínimo 10 montes
de lixo acumulados.
Visitei anteontem aquela
região da Boa Vista, Vila Matilde, onde nós temos uma série de terrenos baldios
sem cerca, sem muro, sem calçadas, que se transformaram em depósito de lixo. E
as pessoas que largam lixo já não têm mais acesso ao terreno, passaram a largar
em cima da calçada e por não ter mais acesso à calçada, passam a largar no meio
da rua. E existem já ruas absolutamente intransitáveis, tamanha a quantidade de
lixo acumulada. A minha pergunta é se existe uma legislação, se existe um
Código de Posturas que faz com que os proprietários de terrenos sejam obrigados
a murar em seus terrenos e a calçar os seus terrenos, porque esta legislação
não está sendo cobrada. Aliás, conversava com o Ver. Vieira da Cunha há poucos
dias e lhe manifestava a minha preocupação. Respondia-me, ele, que estava
estudando uma mudança na Legislação que forçasse, na base de multas pesadas, os
proprietários desses terrenos a fecharem esses terrenos, a cuidarem da sua
limpeza. Mas essa Legislação, dizia eu ao Ver. Vieira da Cunha, está demorando
muito, há necessidade urgente de atacarmos esse problema, a cidade está suja demais,
uma parte pela falta de educação do nosso povo, por falta de solidariedade do
nosso povo, mas, uma grande parte, também por falta de uma política efetiva no
sentido de se proceder a um grande mutirão de limpeza nesta cidade, porque, não
sei se faltam verbas ou faltam operários, mas, também, não vi entrar nesta Casa
nenhum Pedido de Suplementação de Verbas, no sentido de reforçar o DMLU. Razão
pela qual não posso absorver o DMLU da responsabilidade em relação a esta falta
de limpeza.
O Sr. Aranha Filho: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Legislação existe.
O que não existe é fiscalização. Eu acho que nós, inclusive, aqui, estaríamos
cometendo um gravíssimo erro se fôssemos colocar, e, aliás, está acontecendo na
Constituinte, querer colocar tudo em forma de Lei. Existe Legislação a
respeito. Só que não é cumprida porque inexiste fiscalização.
O SR. FLÁVIO COULON: A Legislação já está ultrapassada também, os
valores das multas são irrisórios, de modos que os proprietários prefere pagar
as multas.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Flávio Coulon, V.Exa. estava falando no tempo do Ver. Caio
Lustosa que lhe havia cedido, a partir de agora, V.Exa. passa a falar no seu
próprio tempo que estava à disposição com uma inversão com a Ver.ª Bernadete
Vidal. Portanto, mais de dez minutos que já estão sendo contados.
O SR. FLÁVIO COULON: Sou grato a V.Exa. Finalmente, Sr. Presidente,
entro em um assunto que, tenho certeza, V.Exa. gosta muito de debater, que é um
assunto de transporte desta Capital. E o faço, Vereador, prestando, em primeiro
lugar, um tributo a uma leitora que não conheço, Sra. Maria Clarice Klein, que
não sei onde mora, que não sei quem é, mas que escreveu alguma coisa preciosa
que é o seguinte: “Como, para exercer o seu direito de não pagar a tarifa, o
menor tem de, literalmente, se arrastar no chão?” Maioria dos pais conscientes
e com a mínima possibilidade financeira, a fim de que seu filho não suje a
roupa ou, pior ainda, se exponha a uma doença, termina por renunciar aquele
direito e paga a passagem, resultando em enorme vantagem adicional aos
empresários. Mas a pior conseqüência deste abuso não é somente o prejuízo a um
direito dos cidadãos em proveito de uma pequena classe de empresários. O mais
grave está em que termina pôr exercê-lo são os filhos das pessoas pertencentes
aos estratos mais baixos da população, que não podem evitar “desfrutá-los” e
que são obrigados, desde a tenra idade, a se arrastar, de forma humilhante,
para apanhar as migalhas do sistema. Termina a colunista perguntando: “O que
pensa disto a Administração que apregoa que o povo está no Governo?”
Esta leitora se revolta,
Ver. Frederico Barbosa, com a disposição das roletas nos ônibus que vão até o
chão, impedindo que as crianças menores de idade passem por baixo delas e obrigando-as
a pagar passagem. Era de se esperar que uma Administração socialista que
privilegia o homem acima de tudo fizesse exatamente o contrário, facilitasse,
diminuindo aquele barramento para que as crianças de menor idade e de menores
posses passassem por baixo sem pagar passagem. Mas, não. O que se faz?
Dificulta-se ainda mais esta possibilidade delas usarem este artifício que é
vital para o seu orçamento. Eu encampo esta queixa desta Senhora que se
manifestou tão bem a respeito.
Gostaria, também, de tecer
uma breve consideração, Ver. Frederico Barbosa, que, estarrecido, ouvi, hoje, o
Ver. Elói Guimarães, num programa de rádio, dizer que no primeiro dia do censo,
nada mais do que oitenta mil isentos usaram o serviço de transporte de Porto
Alegre. Somando-se isso a toda essa série de irregularidades, que culminaram
ontem com a SMT apreendendo dois ônibus da empresa Sopal, somando isso às
irregularidades que a todo o dia e a toda a hora todos nós, Vereadores, estamos
recebendo comunicação aqui nesta Casa, eu lhe pergunto, existem, ainda,
possibilidades de nós considerarmos esse censo como alguma coisa séria? Como
alguma coisa que, realmente, vá oferecer um parâmetro que nos dê a
tranqüilidade de calcular a tarifa de Porto Alegre com números que representem
a realidade? Essa é minha grande dúvida. Já tinha aquela dúvida, a respeito dos
dez dias. Devo confessar que na pesquisa realizada junto a especialistas no
assunto, me tranqüilizei, no sentido de que se, realmente, o censo fosse feito
seriamente, esses dez dias poderiam fornecer um bom parâmetro. Tecnicamente
seria suportável essa redução. Agora eu lhe pergunto, com toda essa série de
problemas que têm sido trazidos, será que dá para considerar esses dez dias
como sérios, como confiáveis?
O Sr. Hermes Dutra: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nós, efetivamente,
até em função da experiência que tivemos no Executivo, achávamos que trinta
dias era um tempo muito longo, por um motivo: porque a própria população, a
partir de uma semana começa a entrar num processo de cansaço, e ela mesma não
fiscaliza, o que viria contra ela mesma. Tentamos levar este argumento, mas
desistimos em função da forte oposição da Casa, que entendia que tinha que ser
trinta dias. Quando da regulamentação da Lei, houve um erro por parte do
Executivo, que colocou até trinta dias, e foi um erro, efetivamente, porque a
Lei é muito clara, são trinta dias, e se fez um censo durante 30 dias. Embora
este problema do cansaço da população, se constatou que o melhor não era o mês de
setembro. Por isto, estranho que a atual administração esteja fazendo neste
mês. Há um documento na SMT que fala que os melhores meses são outubro e
novembro, se não me engano, como os meses mais apropriados para o censo. E isto
se justifica, porque há anos em que o mês de setembro é muito chuvoso e, quando
chove, as pessoas andam menos, o que não acontece em outubro. Então, não sei o
que levou a atual administração a fazer o censo em setembro e ainda
desrespeitar a Lei.
O Sr. Raul Casa: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Casualmente, hoje
pela manhã, eu escutava o Ver. Elói Guimarães falando sobre estes números
estranhos que a V.Exa. refere e questiona, inclusive, a validade do próprio
censo, ou os critérios com que ele está sendo feito, ou pelos elementos que o
Ver. Hermes Dutra aduziu. E mais, a série de greves que, no momento, assolam
Porto Alegre e que descaracterizariam este censo. Portanto, o que está
acontecendo mesmo na SMT é o Elói Móvel, em campanha de Vereador para o próprio
Secretário.
O SR. FLÁVIO COULON: Se este censo não tiver resultados confiáveis, não
sei quem é o Suplente que vai voltar para o Executivo, porque o Ver. Elói
Guimarães não tem mais condições de se manter na SMT.
O Sr. Hermes Dutra: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) O grave disto aí é
que a lei determina que o resultado do censo terá que ser usado no cálculo da
tarifa. Quando apresentávamos um Substitutivo, colocávamos uma variável que, se
houvesse uma disparidade acima de 5% - que seria significativa - usar-se-ia o
valor anterior que, lamentavelmente, foi rejeitado pela oposição. A lei é muito
perigosa por causa disto. Se der um resultado não confiável, o Executivo não
terá como não usá-lo.
O SR. FLÁVIO COULON: Vamos usar o valor errado? Eu volto a advertir a
Bancada do PDT, este censo - Ver. Ennio Terra, V.Exa., que é um dos mais
preocupados Vereadores, este censo vai render muito aqui nesta Casa. Nós
queremos ver os resultados, os números, as planilhas, porque eu não quero ser
pitonisa, Vereador, mas o talento do Ver. Elói Guimarães periga voltar para
esta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Comunicação de Liderança solicitada pelo PDS. Ver. Hermes Dutra.
O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, sobre este mostrengo que é o
Substitutivo do Deputado Bernardo Cabral, vai dar para nós falarmos durante
muito tempo. Eu pelo menos pretendo me dedicar sobre uma série de aspectos em
relação a este problema. Mas quero, hoje, aproveitando que estão viajando para
Brasília muitos Vereadores do País todo para levantar uma questão que acho
fundamental, que foi inserida na atual Constituição, que não entendo qual a
cabeça iluminada que colocou o texto que foi distribuído. Vejam V.Exas. o
seguinte: quem é, qual é a figura média do Vereador brasileiro? Excetuando-se
as capitais dos Estados e as grandes cidades que não chegam a 300 no País todo,
nós temos mais de 3.800 pequenos municípios, municípios cujas Câmaras de
Vereadores tem 7, 9, 11 Vereadores, 13 no máximo, e que se reúnem 1 vez a cada
15 dias, uma vez a cada 30 dias, e há Câmaras de Vereadores cujas reuniões
ordinárias são uma vez a cada 60 dias, em virtude do tamanho do município. Quem
é o Vereador médio estas Câmaras de Vereadores? É o professor que é o líder que se salienta na sua comunidade; é
o médico, é o dentista, o advogado e numa parcela menor, o comerciante, o
pecuarista. Mais da metade dos Vereadores brasileiros estão nesta três faixas e
desta faixa, quase a totalidade, senão a totalidade, tem vínculo com o serviço
público. O médico tem o posto de saúde, o dentista tem o INAMPS, a professora
tem a escola pública. Todos têm o vínculo com o serviço público seja municipal,
estadual ou federal. Daí podemos concluir que dos mais de 40 mil vereadores do
País, perto de 25 mil, e isto é um levantamento apriorístico, tem vinculação
direta com o serviço público. Pois a texto da nova Constituição diz o seguinte:
(lê) “O servidor público no exercício do mandato de vereador ou de prefeito
ficará afastado da sua função e poderá fazer opção salarial”.O que quer isto
dizer? Se olharmos em Porto Alegre não tem problema nenhum. O Ver. Frederico
Barbosa é um funcionário público e poderá fazer a opção salarial porque ele não
vai trabalhar porque a Casa se reúne todos os dias. Mas vamos pegar um
município com o que se criou este fim de semana, que me esqueço agora. É um
pequeno município que está se desmembrando da cidade de Feliz ou Bom Principio.
Menos de mil eleitores foram às urnas. Em um município, como na base de 30% é
leitor, não tem mais de 4 mil habitantes. Essas Câmaras de Vereadores irão se
reunir, obviamente, à noite, uma vez por mês ou uma vez a cada dois meses, pois
o médico do posto de saúde, funcionário do Estado, que tenha 20 anos de serviço
público se elege Vereador pela atual constituição não poderá exercer a função
de médico no posto de saúde. Obrigatoriamente terá de sair. O que vai
acontecer? Obviamente fará opção salarial pelo salário de médico que é muito
mais do que o de Vereador, pois a cidade é pequena, os impostos são irrisórios.
Então teremos um Vereador-marajá, criado pela Constituição. A pessoa vai
trabalhar uma vez a cada 30 dias, ou uma vez a cada 60 dias, e vai perceber o
salário de médico, ou de professor, ou de dentista, ou de economista, ou de
qualquer servidor público. Vai, um dia, à noite, quer dizer, serão 3-4 horas de
trabalhos e amanhã ou depois, a imprensa vai estar nos globos-repórteres da
vida mostrando, na televisão, que o Sr. Fulano de Tal é Vereador, que está
ganhando tanto e que só trabalha uma vez por mês. Agora, por que isso? Porque a
Constituição assim o determina. Nós tentamos, de todas as maneiras, através de
Emendas, eu, a nível pessoal, através de Deputados do meu Partido e sei que os
outros partidos também - o PFL, o PMDB, o PDT e o PC do B, que foram os que
mais lutaram nesse aspecto - tentamos colocar Emendas que permitissem que os
Vereadores, havendo a compatibilidade de horário, não precisassem ser afastados
dos seus empregos, porque é ridículo imaginar-se que um Vereador de Davi
Canabarro, que um Vereador da cidade de Jóia, tenha de deixar de lecionar para
ser Vereador. É ridículo isso aí, e o que é pior, fico com o salário de
professor, ou de médico, ou de dentista, tornando-se mais um que amanhã a
própria imprensa vai divulgar dizendo que a culpa é dele, quando não é.
Assim que a ilustre
Vice-Presidente da Casa terminar de bater na campainha, Sr. Presidente da
Sessão, eu concluirei o meu pronunciamento lembrando que essa questão é uma
questão séria que temos que começar a protestar. Eu não sei se tecnicamente
ainda é possível resolver esse problema, agora, não tenho dúvidas de que no ano
que vem, Ver. Pedro Ruas, a Rede Globo vai fazer mais um Globo Repórter dizendo
que nós, Vereadores, estamos mamando nas tetas do Governo, quando isso está
sendo feito por interesse não sei de quem numa Constituinte que só consegue
fazer uma coisa: degradar a todo mundo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em Comunicação de Liderança, pelo PDT, com a palavra, a Verª Teresinha
Irigaray.
A SRA. TERESINHA IRIGARAY: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Estivemos, ontem
à noite, aqui, na Câmara Municipal de Porto Alegre, a convite da Comissão de
Educação para, junto com a Secretária Municipal de Educação e Cultura, Neuza
Canabarro e diversos segmentos comunitários da Cidade, analisamos o Projeto das
100 casas da criança.
Confesso que foi uma reunião
movimentada e interessante da qual eu até felicito o Presidente da Comissão,
Ver. Clóvis Brum, mas há certas coisas que nos deixam surpresos, perplexos. O
Projeto em si tem as características de amenizar uma situação que existe dentro
da Cidade, que é gritante, que é angustiante e que asfixia, se tornando um
verdadeiro problema social, que é a falta de creches na nossa Cidade. Que é a
falta de abrigos para as nossas crianças de dois a sete anos, na nossa Capital.
E o que me causa mais surpresa é a morosidade como está sendo processado, são
as várias acusações feitas ao Projeto que veio do Executivo. E ontem eu ouvi
surpresa, estarrecida, quando o Presidente da Comissão disse que o primeiro
Projeto enviado à Casa era um Projeto muito ruim, que era terrivelmente
deficiente, que era um monstrengo. Mas as nossas dificuldades básicas residem
basicamente na criança. Se todas as coisas que vêem para favorecer, para
ampliar, para dar melhores condições às crianças da nossa Cidade, do nosso
Estado e do nosso País, forem sempre analisadas, incompreendidas, são sempre
ruins, pode crer, Ver. Pedro Ruas, Ver. Getúlio Brizola, Vereadores presentes,
nós não vamos sair disso. Se as questões sempre se detiverem assim, muito
ruins, porque o Projeto não atende aos interesses, porque vai ser apenas
iniciado, porque não tem prazo, nós temos que iniciar, nós temos que começar a
plantar. Se outros não plantaram, e se nós tivemos a felicidade de mandar um
Projeto que sirva aos interesses da comunidade, que atenda aos interesses
sociais da criança, por que não começar. Porque ver tantos erros, querer tanta
coisa num Projeto que é simples. Se a própria Secretária diz que podiam
utilizar as mães crecheiras que existem na cidade. Se a própria Secretária
disse alto e bom tom que usaria os lares vicinais junto, num aprendizado de mão
de obra para a utilização das 100 casas da criança. Eu acho que a Câmara tem
mais que aprovar. Com emenda ou sem emenda, eu não entro neste mérito. Acho que
nós até podemos expor outras idéias. Mas ele, basicamente, ele é
importantíssimo e tem a mais alta função. E se veio com uma equipe da SMEC ou
se não veio, se não era a comunidade que estava presente, eu acho que ela tem
toda a razão ou tem todo o direito de trazer aquela equipe de técnicos, que,
também, proclamaram o Projeto. Eu acho que ninguém pode ir contra que estivesse
aqui o arquiteto, a mão-de-obra mais especializada, o pessoal mais técnico para
poder, exatamente, dar uma resposta mais aprimorada, mais profunda a qualquer
questão surgida dentro do Plenário.
São essas coisas que eu não
posso entender, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, como é que esses Projetos que
são realmente os prioritários, que são realmente os básicos, que são realmente
os importantes se demoram nestas questiúnculas de um para cá e um para lá,
porque um fala porque trouxe uma equipe, porque a equipe é muito grande, porque
o pessoal não era da comunidade. Eu vi muita gente da comunidade aqui presente!
Vi muitas associações de bairros, falei com várias delas. Agora, se tinha uma
equipe de técnicos aqui, eu acho que faz muito bem a Secretária, como todo o
Secretário deve fazer, de se acompanhar pelos seus representantes.
Agora, o que eu acho, que
achamos, e falo em nome da Bancada do PDT, é que temos que estar solidários com
o Projeto que é prioritário não só para o PDT, não só para o Prefeito Alceu
Collares. Prioritário para todos nós, Ver. Frederico, prioritário para as
crianças que participam do seu segmento político. Prioritário para as crianças
de todos os segmentos políticos desta Casa, sem distinção. Acho que é um
projeto que trata de uma frase só, que se chama bem-comum. E quando tem o
bem-comum no meio, quando existe a criança no meio, não tem que existir
picuinhas partidárias. Ninguém tem que tirar nenhum pedacinho desse bolo. Nós
temos todos é que bater o bolo, levar ao forno e dar condições a que este
Projeto seja, realmente, aprovado. Não tem mais que haver discussões. Não tem
mais! É um Projeto que vai propiciar à cidade de Porto Alegre que tenha cem
Casas de Crianças, que tenha creche. Que ele seja terminado em 90, 92. Não
importa. Nós estamos é lançando a semente. Nós estamos lançando o trabalho.
Somos pioneiros nisso. Agora, quanto ao término, nós não estamos interessados,
é claro que se for durante a gestão do atual Prefeito melhor, mas se não for,
deixaremos para que outro conclua. A cidade é que não pode ficar sem o Projeto
e sem as Casas das Crianças.
Apelamos aos nossos
Vereadores, apelamos aos nossos Pares e a todos os segmentos políticos, porque
é um Projeto importante, é um Projeto humano, é um Projeto Social. Para isso
voltaremos nas próximas vezes. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Comunicação de Liderança com o PFL através do Ver. Aranha Filho.
O SR. ARANHA FILHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, da mesma maneira como me coloquei à
disposição do Líder do PMDB, nesta Casa, Ver. Flávio Coulon, no encaminhamento
de uma preocupação de V.Exa. com respeito às obras do DNOS, eu pediria a V.Exa.
que encampasse um problema nosso, do Rio Grande, na medida em que um
determinado Senhor David Casemiro Moreira, Secretário do Conselho
Interministerial da Privatização da Secretaria do Planejamento em suas
declarações de hoje - e já vem fazendo há muito - eu pediria que V.Exa. fizesse
algo no sentido de que este moço parasse de aterrorizar o Rio Grande,
principalmente a Aços Finos Piratini, o seu corpo técnico, os seus empregados.
Hoje, estão estampadas nos jornais as suas declarações, dizendo que a Aços
Finos Piratini será encampada e será privatizada no final deste ano.
Eu digo isto, Vereador,
porque, realmente, é um problema muito sério que vem acontecendo naquela empresa
haja vista que todo o seu corpo técnico vem trabalhando há mais de dois ou três
anos no sentido de dobrar a produção, tentar viabilizar esta empresa com
esforços do Governador de V.Exa., com os esforços do Senador Carlos Chiarelli,
em Brasília, e, juntos, uma tentativa de fazer com que o Pólo Siderúrgico
gaúcho tenha a força que nós todos desejamos ter. Mas, se V.Exa. auscultar o
pessoal da Aços Finos Piratini, V.Exa. irá ver o grande mal que este
determinado Senhor, hoje, em suas declarações faz, no sentido de informar à
opinião pública de que, em dezembro próximo, será, finalmente privatizada a
Aços Finos Piratini, empresa nossa. Eu, logo a seguir, deverei passar um telex,
que estou encaminhando ao Sen. Carlos Alberto Chiarelli, e pediria os esforços de
V.Exa. para que o mesmo acontecesse dentro, no seio do seu Partido, nobre
Vereador. Mas, ainda analisando fatos que estão a merecer discussão, eu diria,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, e em nível de informação e, principalmente ao
Líder do PMDB que, em nível local, estadual, estão acontecendo fatos que
aprovamos “in totum”, e são ações do PMDB, para que haja um rompimento do
acordo do PMDB com o PFL. Inicialmente, em nível estadual, nesta divisão de
cargos que aconteceu, e agora a nível federal, na tentativa de que haja um
rompimento do acordo PMDB/PFL. Nossa Bancada, Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
nobre Líder do PMDB na Câmara Municipal, Ver. Flávio Coulon, reunida, hoje,
decidiu encaminhar telex a todas as suas autoridades e lideranças, Sen. Marco Maciel,
Sen. Carlos Alberto Chiarelli, Ministro Aureliano Chaves, no sentido de que, de
uma vez por todas, se rompa, de fato, esse acordo, e se caminhe junto com os
companheiros do PFL, sem a ingerência, sem essa participação de nosso Partido,
junto ao PMDB, no Governo Federal. Me diz o Ver. Pedro Ruas, Vice-Líder do PDT
na Câmara, que, há questão de 5 minutos, saiu, na Rádio Gaúcha, a notícia de
que aconteceu, realmente, um rompimento do acordo entre o PMDB e o PFL. Nós, do
Partido da Frente Liberal nesta Casa, estamos mais do que satisfeitos, estamos
eufóricos com esta notícia e deixaremos de passar o telex que estávamos a
elaborar hoje pela manhã e decididos para que as nossas maiores lideranças, a
nível nacional, fizessem realmente o que estavam apregoando e deixando que o
PMDB assuma o governo, como tem feito até agora, com os desmandos que ocorrem.
De forma que deixo esta
tribuna com a alma lavada. Esta é que é a verdade, meu caro Líder, Ver. Raul
Casa. Finalmente, aconteceu o desacordo entre estes partidos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, para Comunicação de Liderança, o Sr. Flávio Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro
lugar, a respeito do que me colocava o Líder do PFL, Ver. Aranha Filho, sobre a
privatização de empresas e do ponto de vista da Aços Finos Piratini, que ele
citava nominalmente, eu devo dizer ao Vereador Aranha que entendo que o governo
Pedro Simon está realmente tardando em tomar providências sérias e efetivas, no
sentido de tirar do âmbito do Estado empresas deficitárias. Não me refiro
especificamente a Aços Finos Piratini. Refiro-me a uma série de estatais que já
têm um relatório de que são inócuas, deficitárias, que não trazem benefício
algum para a população do Rio Grande do Sul e que o meu governo ainda não se as
expulsou da sua órbita. De modo que, no caso da Aços Finos Piratini, eu não sei
em quais estudos se embaça este Sr. Davi, mas tenha a certeza Vereador Aranha
que, ouvidos os técnicos e as razões do governo e se comprovadamente esta
empresa for deficitária e tiver agindo no sentido de prejudicar os interesses
de toda a população do Rio Grande do Sul, certamente nós não nos oporemos à
privatização desta empresa. Em relação ao rompimento do acordo PFL, PMDB
saudado desta tribuna com grande entusiasmo pelo Vereador Aranha Filho, devo
dizer algumas coisas: em primeiro lugar, espero que este acordo seja realmente
rompido e que o PFL empregue todos os cargos que ele ocupa no governo Sarney,
todos, e não fique nenhum, porque isto é rompimento. Agora romper para
conseguir mais cargos como era a base de tudo isso, porque era um rompimento
fisiológico, por quê? Porque foi indicado alguém do PMDB lá para a SUDENE e
esse alguém é inimigo do Sen. Marcos Maciel e o Sen. Marcos Maciel então
resolve derrubar o acordo. Então, derruba o acordo. E todos que estão ocupando
cargo de confiança em nome do PFL saiam do governo e apresentem, até amanhã de
manhã, o mais tardar, a sua demissão em caráter irrevogável. E o PMDB irá
assumir. Eu entendo que essa jogada fisiológica não avaliou realmente a grande
profundidade que tem, em termos de desestruturação do sistema de sustentação do
Presidente Sarney. Bem ou mal, certo ou errado, a Aliança Democrática garantia
uma certa estabilidade a esse governo. Nesse momento, não tenho elementos ainda
para avaliar qual a implicação dessa instabilidade do Governo José Sarney.
Agora, desde já responsabilizo o Partido da Frente Liberal pelo que puder
acontecer em termos de crise institucional neste País.
E renovo o meu apelo ao
nobre Líder Raul Casa no sentido de que, amanhã pela manhã, todos os pedidos de
demissão de pessoas que ocupam cargos de confiança pelo PFL no Governo Federal,
em todo o Brasil, sejam devidamente encaminhados. Quero deixar bem claro que o
PMDB não fugirá da luta; quero deixar bem claro que nós temos condições de,
mesmo com o Sr. José Sarney, recompor esse governo numa base que atenda aos
interesses da nossa população. Porque o que prejudicava o Sr. José Sarney, que
de estadista não tem absolutamente nada, era essa ambigüidade que ele estava
vivendo, ter que atender aos apetites de 2 partidos. Agora, ele atenderá a
apenas um partido, agora haverá coesão de governo e nós estamos livres dessa
ambigüidade. Era uma coisa tão maravilhosa que no momento em que nós apartamos,
os 2 partidos saúdam essa coisa maravilhosa, os 2 partidos saúdam se livrar um
do outro. E vejam, custamos tanto tempo! O PFL poderia ter tomado essa decisão
há muito tempo, muito tempo. Agora, desconfio, Ver. Raul Casa, que, sem cargos,
esse partido vai desaparecer. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Comunicação de Liderança com o PT. Com a palavra, o Ver. Antonio
Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu pretendo reservar, para amanhã de manhã,
um comentário sobre a palhaçada montada aqui, ontem à noite, em torno da
Secretária Neusa Canabarro, que veio com a sua claque fantástica fazer
espetáculo não se sabe bem para quem, desrespeitando, inclusive, Vereadores,
como a Ver.ª Bernadete Vidal. Eu estou aqui com um levantamento bastante
objetivo das maravilhosas condições das creches municipais em Porto Alegre.
Para quem pretende construir cem creches e não é capaz de manter oito, imagino
o desacerto que vai ser.
Ontem, no discurso da
freirinha observamos, que continuam explorando o povão, o populismo, bem de
acordo com setores, certos setores, diga-se de passagem, fazendo-se justiça, da
atual administração.
Srs. Vereadores, quero-me
ocupar, hoje, do transporte coletivo, mais uma vez. Temos uma minuta das
denúncias que recebemos e vamos entregá-las ao Secretário Elói Guimarães.
Aliás, já falei com o Sr. Secretário.
Recebi, ontem, a denúncia de
uma moradora da Zona Sul, a Sra. Bárbara Maria Benz, com endereço na Rua
Coronel Marcos n.º 1966. É a denúncia de 102 tíquetes postos fora por
cobradores, ao que tudo indica, da empresa Trevo. É o tíquete azul o que mostra
que o Secretário Elói Guimarães realmente não tem controle do censo. Coloca-se
fora uma fita inteira do tíquete azul, imagine, então, do amarelo. Vou
encaminhar a relação completa das denúncias ao Secretário e já nem falo na
denúncia que gira em torno da Estoril, que aí é caso de policia e de cassação
da linha.
Quero registrar, ainda, o
veículo 205 Lindóia e o 57, Praia de Belas. Lembro, agora, também o 107, Praia
de Belas. O primeiro é da SOPAL e os outros dois são da Trevo. Estes veículos
não entregavam o tíquete hoje pela manhã. Além disso, o carro 107, ontem, no
horário das 13h45min mal chegou ao fim da linha já arrancou de imediato, não
deixando sequer os passageiros entrarem e sentarem direito. Um cidadão
devidamente identificado, o Dr. Ricardo Pinto Porto, técnico do Ministério da
Agricultura e que nem é do meu Partido foi testemunha desse fato. Ele mesmo
teve de segurar três senhoras pelo braço, na porta de trás, para que elas não
caíssem. Isso que três brigadianos que lá estavam e nada fizeram. O ônibus
arrancava e praticamente derrubava estas senhoras e arrancava atrasado, por
quê? Porque o ilustre cobrador havia ficado acertando a roleta com o fiscal da
empresa. A outra denúncia que nós temos, Sopal, carro 61.563, Parque dos Maias,
7h30min da manhã de ontem, não dava tíquetes, e também no dia anterior, o que
eu já denunciei daqui, a largada dupla, ou seja, saem dois ônibus no mesmo
horário.
Ainda no dia de anteontem,
13h45min, Sopal, Linha Higienópolis, não deu tíquete. Ainda, Auxiliadora
Bordini, Sopal, ônibus 275, às 18 horas, não deu tíquete, e por fim, da Trevo,
o ônibus 145, também não dava tíquete, no dia de ontem. Estas são mais algumas
denúncias. E estas aqui vejo que não houve nenhuma escolha. Mas fica bem claro
que há um incidência objetiva, sobretudo na Sopal e na Trevo, em relação ao
não-fornecimento dos tíquetes ao usuário. Não tivemos, agora, no último dia, a
queixa quanto à troca do tíquete azul pelo amarelo. Queria registrar a
parabenizar o esforço final do Ver. Elói Guimarães que inclusive solicitou a
mim e ao Ver. Flávio Coulon, não sei se a outros Vereadores da Casa, o empréstimo
de funcionários nossos para devidamente credenciados o Ver. Pedro Ruas disse
que também foi solicitado neste sentido atuassem no dia de hoje. É positivo,
mas lastimável que só no último dia se tenha feito isso.
De toda maneira, uma última
tentativa do Ver. Elói Guimarães em salvar os seus. De minha parte eu concluo,
eu vou amanhã fazer uma visita ao Ver. Elói, vou levar esta fita de tíquetes
que eu recebi, pela manhã, e vou, inclusive, pleitear do Vereador, neste caso
específico, que se identifique a empresa, o ônibus, o cobrador e o motorista,
já que pelo número do tíquete eu imagino que isto seja possível. E em segundo
lugar, exigir do Secretário que a Câmara participe da tabulação dos resultados,
porque só assim nós teremos confiança no resultado final. Do contrário, eu acho
que a posição do Ver. Flávio Coulon será mais objetiva: anular o censo, começar
tudo de novo, então sim, com a participação das entidades populares, das
associações de bairro atuando como fiscais além dos fiscais da SMT. Agora, evidentemente,
a SMT não tem fiscal que chegue. Isto é bem claro, e se a diferença for muito
grande em relação aos tíquetes amarelos, e isto parece que se está
encaminhando, em relação aos idosos e por aí a fora, o Ver. Elói terá que ter a
coragem, até em relação a sua própria tarefa, de anular este censo, começar
tudo de novo, com o nosso apoio. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 16h24min.)
* * * * *